Após a apresentação de Stana em "White Rabbid Red Rabbit" na última segunda feira, a organização do espetáculo informou a quem deixava o teatro que Stana atenderia a todos, e que uma fila fosse formada a fim de organizar esse atendimento. Além das quase 240 pessoas presentes à performance, havia ainda diversas pessoas que não conseguiram ingresso mas ficaram na saída do teatro na espectativa de conhecer Stana.
Para agilizar o atendimento, eles pediam que as pessoas se organizassem em grupos de 3 ou 4, e que pessoas sozinhas fossem "encaixadas" em grupos menores ou colocadas juntas de outras pessoas sozinhas. Cada grupo teria direito a uma foto com Stana, e cada pessoa poderia ter até um item autografado. Meu grupo estava da metade para o final da fila, já que estávamos sentados mais próximos ao palco e levamos mais tempo para conseguir deixar o teatro.
Stana ficou de pé (de salto agulha) por mais de 1h, atendendo cada pessoa que estava na fila, dando autógrafos e posando para fotos. Quando finalmente chegou a nossa vez, presumi que ela já estivesse exausta, e não fiquei puxando papo nem ocupando mais o tempo dela do que o necessário. Ela assinou a foto que havíamos ganhado na caça ao tesouro mais cedo naquele dia para uma das meninas do grupo, e disse que a foto tinha, ainda, um autógrafo do fotógrafo que a tirou (o que não encontramos. Haha). Na minha vez, dei minha capinha de celular - com o desenho que ela fez para o HeArts in Action - para ela assinar. Ela abriu um sorrisão quando viu a capinha, reiterou que foi a primeira vez que ela havia pintado algo e que ficava feliz pelos fãs terem gostado tanto da pintura!
Daí ela me puxou pro lado dela pra gente posar pra foto e foi isso: acabou tudo em um minuto! Kris estava ali do ladinho dela, e passei por ele na saída, mas confesso: acho que nem olhei pra cara dele! Me senti meio mal-educada depois, mas não tem como: se estou perante Stana, eu esqueço de absolutamente todo o resto. Acho Kristana lindo, e torço para que ele faça dela a mulher mais feliz do mundo, mas perdão, Kris. Tô aqui pela Staninha e o resto é resto. Hahaha
Mas sério, não tenho palavras pra descrever a gratidão pela Stana. Ela havia passado mais de 1h, praticamente o tempo todo, de pé no palco, e ficou mais tempo ainda do que isso recebendo todos os fãs, e sendo carinhosa e atenciosa com todo mundo, sem parar um minuto pra nem beber uma água, e tudo isso sem receber um centavo! Eu realmente não conheço nenhuma outra celebridade que tenha tanto carinho pelos fãs quanto a Stana. Um dos produtores de "W3R" inclusive disse que vários artistas já haviam passado pelo espetáculo, mas que nenhum deles fez o que Stana estava fazendo pelos fãs.
Postei na galeria as fotos "oficiais" dela na saída, assim como fotos publicadas por fãs (com algumas imagens dela chegando ao teatro perdidas no meio...).
Vejam, também, vídeos gravados por fãs no local. Há alguns da chegada dela ao teatro também, mas eles são super breves. Stana chegou ao Westside Theatre faltando cerca de 40 minutos para o espetáculo, já vestida, maquiada e de cabelo pronto. Ela só acenou para os fãs e entrou no local, sem parar para falar com ninguém.
Na última segunda-feira, 26 de setembro, Stana Katic subiu ao palco do Westside Theatre em Nova York para encenar a peça "White Rabbit Red Rabbit" - e eu fui umas das 237 pessoas sortudas que estavam na plateia para prestigiá-la em sua estreia Off-Broadway.
Devido à natureza da peça, há muito pouco que eu possa contar para vocês, em respeito ao autor e a todos os artistas que futuramente estrelarão o espetáculo. Mas, usando como base resenhas de apresentações anteriores dessa peça de sites especializados (como Hollywood Reporter e Broadway World) para delimitar o que posso contar, tentarei explicar mais ou menos do que ela trata e como Stana se saiu.
Os produtores da peça, Devlin Elliott e Tom Kirdahy, abriram a noite subindo ao palco para ditar algumas regras (a principal sendo "sem fotos fora de hora" - quem desobedecer, seria expulso do teatro), e apresentar Stana dizendo que "para dois homens gays, isso é incomum, mas conhecer Stana foi amor à primeira vista". Eles completaram a apresentação ressaltando que "é preciso ser um artista muito especial para ter coragem de fazer esse show," e que muita gente talentosa e de renome recusou participar.
Como já era de se esperar, Stana foi ovacionada de pé pela platéia quando subiu ao palco. Ela agradeceu o carinho e recebeu o roteiro, pela primeira vez, das mãos dos produtores. Ela começou com uma contagem de quantas pessoas haviam no teatro - que mais tarde entendemos o motivo disso. Todo mundo se levantou e, conforme ela ia apontando para cada pessoa, essa pessoa seguia a contagem dizendo o número em voz alta e, logo depois, se sentando. Eu estava na 5ª fileira, na lateral, e fui o número 98.
À partir de agora, começa a ficar difícil, para mim, dar mais detalhes. Vou tentar explicar o porquê contando a origem da peça:
"White Rabbit Red Rabbit" foi escrita pelo iraniano Nassim Soleimanpour em 2010, quando o autor foi proibido de deixar seu país. Logo no começo da peça isso é explicado: no Irã, os homens são obrigados a servir ao exército - se não o fizerem, não têm permissão para tirar seu passaporte. À partir de um sonho no qual ele estava num palco prestes a cometer suicídio, Soleimanpour começou a pensar em como poderia contar uma história e atingir audiências à distância. Foi então que ele resolveu escrever sua primeira peça em inglês, para que ela pudesse "viajar" em seu lugar. O autor, inclusive, dá seu email (nassim.sn@gmail.com) para que as pessoas escrevam para ele contando o que acharam de sua peça - "caso ele ainda esteja vivo".
Aliás, a gente se refere a "White Rabbit Red Rabbit" como uma "peça," mas ela não é exatamente isso. Não há uma trama, ou personagens, ou diálogo, como uma peça convencional teria. Stana não estava naquele palco interpretando uma personagem - ela era si mesma, Stana Katic, atriz e, antes de tudo, uma pessoa. "W3R" é uma narrativa de Soleimanpour na qual cada artista que a interpreta apenas empresta sua voz ao autor. Então Stana não era nada mais do que um instrumento de comunicação entre Soleimanpour e o público. Ela seguia as ordens do roteiro - querendo ou não - e, assim, dava vida à história desse homem em uma prisão (figurativa, mas ainda assim uma prisão com limitações que causam efeitos psicológicos no "preso").
Todo o enredo tem relação com essa prisão de Soleimanpour. São contadas algumas fábulas de animais (com coelhos, ursos, corvos e afins) que Stana chama gente da plateia para ajudar a ilustrar - e é aí que os números lá do começo são úteis. O roteiro manda chamar a pessoa de número 5, 7, 11, etc, para "voluntariado forçado" nessas atividades, seja subindo ao palco para interpretar um animal, seja para ficar no seu assento mesmo, cronometrando ou tomando notas do que a Stana (ou melhor, o autor através da Stana) fala. Mas ela não se safa de interpretar animais, não! Aliás, essa parte da peça é bem engraçada, e Stana arrasa muito na comédia física.
Mas logo o show toma um rumo mais sério, ainda usando de fábulas para evidenciar certos comportamentos humanos. Stana faz muito bem a transição das gracinhas onde se ajoelhava no chão fazendo aquelas caras & bocas que tanto amamos, para um momento mais introspectivo sentada no sofá - onde ela derramou algumas lágrimas e destruiu meu pobre coração. O autor aborda temas como liberdade de expressão (ou a falta dela) e comportamentos sociais condicionados a punir, obedecer e excluir - além do resultado psicológico dessas formas de opressão, que podem levar a depressão e suicídio.
Não consigo ressaltar o bastante o quanto Stana se saiu bem na apresentação. Ela parecia estar nervosa no começo - o que era esperado -, mas logo ela começou a ficar mais confortável e se soltou. E ela tem uma presença de palco incrível: não tinha como não olhar para ela ali em cima, não prestar atenção em tudo que ela fazia, porque ela praticamente efeitiçou a audiência. Como disse, ela não estava interpretanto um papel, então ninguém perdeu a "atuação" dela, exatamente. Apenas pensem na Stana como a vemos em entrevistas ou cenas de bastidores de projetos - bem humorada, divertida, mas que consegue ser muito delicada com certos assuntos, e dedicada ao que faz. Ela deu sua própria personalidade ao texto, o que obviamente tornou a experiência muito mais memorável para os fãs. O teatro era pequeno e o palco baixo, o que dava uma sensação muito intimista à apresentação. Além disso, Stana saiu do roteiro algumas vezes para dar suas opiniões próprias ou fazer uma ou outra gracinha - sem contar perguntar ao público se ele estava acompanhando uma das fábulas um pouco mais complexas ("Vocês estão acompanhando? Não, isso não está no roteiro, sou eu mesma quem está perguntando. Vocês estão conseguindo entender? Porque isso pode ser meio confuso."), o que tornou tudo ainda mais especial.
Alguns outros pontos que me veem à mente:
Logo no começo, o roteiro tinha uma frase com as palavras "polícia" e "assassinato," e óóóbvio que a plateia já pensou em Kate Beckett - e Stana não ficou atrás: ela repetiu a frase meio que rindo, sabendo exatamente porque o pessoal reagiu daquela forma.
Num trecho do texto, o autor fala que queria que sua obra viajasse o mundo, para "Paris, Londres, Rio de Janeiro" - e obviamente nessa parte eu (sozinha) soltei um "Uuuuuhuuuuul!" Hahaha Perdão, Stana. Perdão, plateia. Não resisti.
A peça termina em "aberto", com uma fã lendo as últimas páginas do roteiro. Nós fomos obrigados a sair do teatro sem ~saber o final~, mas é claro que tudo acabou bem, já que Stana estava sã e salva atendendo os fãs lá fora.
Ponto alto da peça: Stana interpretando um guepardo imitando um avestruz. Só imaginem...
Sobre como eu fui parar no palco: num das fábulas (justamente a que dá nome ao espetáculo, sobre 5 coelhos: um vermelho e o restante, branco), Stana contou novamente com a ajuda da plateia. Mas, diferentemente das vezes anteriores, dessa vez o autor não designou o número dos participantes, então Stana ficou livre para chamar quem quisesse. Logicamente, vários bracinhos foram ao ar. Quem me conhece, sabe que sou patologicamente tímida. Eu queria participar (porque quem não quer subir ao palco com Stana?), mas tinha pavor de subir lá na frente de tanta gente. Daí eu meio que levantei a mão na frente do meu corpo só (e não sobre a cabeça como a maioria), e fiquei com a cara desse emoji: ? E não é que funcionou? Fui a última a ser escolhida e nem acreditei - gesticulei, apontado pra mim mesma, "Eu?" e Stana confirmou com a cabeça que sim, era eu que ela tava chamando! Haha
Subimos ao palco e Stana começou a explicar a historinha e o que aconteceria - mas que antes posaríamos para uma foto fazendo cara de coelhinhos (por ordem do roteiro, e o único momento em que isso foi permitido na peça). Obviamente que Stana ficou fofa enquanto o resto de nós ficou horroroso, mas ok. Hahaha
Depois disso, ela saiu do meio do palco e se posicionou do lado que eu estava para ler o roteiro e deixar que fizéssemos a nossa parte na peça. E nessa hora que ela reparou num detalhe: tinha 6 "coelhos" no palco, e não 5. Haha Não sei bem quem foi o extra, mas Stana agarrou duas meninas, colocou elas de braços dados e disse, "Pronto, vocês são um coelho só." Mas todo o esquete foi bem rápido e não precisamos "atuar" muito.
Enfim. Acho que contei muito até, mas acredito que não tenha entregado a trama mais do que o permitido. Só sei que foi uma experiência inesquecível, e acho que todos os sortudos que estiveram naquele teatro sabem o quão especial foi a apresentação. "W3R" evidenciou o quanto Stana ama atuação, e o quanto ela nasceu para fazer exatamente isso. Mal posso esperar para que ela volte aos palcos - de preferência, em longa temporada.
As fotos em UHQ do espetáculo, assim como algumas tiradas por fãs na hora permitida, estão na galeria:
Com muito suspense pra quem não tem nossas habilidades de pesquisa, Stana anunciou esta tarde em seu Twitter que ela participará na peça Off-Broadway "White Rabbit Red Rabbit" no dia 26 de setembro, no Westside Theatre, em Nova York. Os ingressos já estão à venda pelo site oficial da peça: whiterabbitredrabbit.com. Parte dos lucro da peça são destinados ao PEN International, a maior associação de escritores do mundo que promove a literatura e defende a liberdade de expressão no mundo.
Confiram o release da peça:
Sem ensaios. Sem diretor. Sem rede de segurança.
Uma incrível gama de estrelas do palco e da televisão estrelam essa nova peça em Nova York, no Westside Theatre. Um show totalmente original, "White Rabbit Red Rabbit" não tem diretor, set ou ensaios. Ao invés disso, o único artista da peça recebe o roteiro pela primeira vez quando sobe ao palco. Explorando temas de obediência e convenção, esse conceito único permite que o ator e a auiência descubram a peça ao mesm tempo, e que a voz do roteirista seja projetada de modo completamente diferente a cada performance.
Essa ideia foi criada pelo roteirista iraniano Nassim Soleimanpour em 2010, num período em que ele foi proibido de deixar o Irã porque se recusou a prestar serviço militar. Incapaz de viajar, ele enviou sua peça para o exterior, e desde então ela foi representada pelo mundo todo e traduzida em dúzia de idiomas. Nassim finalmente conseguiu seu passaporte em 2012, e finalmente viu "White Rabbit Red Rabbit" ao vivo pela primeira vez um ano depois, em Brisbane, Austrália.