[NT: Entrevista traduzida do húngaro. Tentei ao máximo ser fiel ao que foi dito, mas é possível que algumas coisas tenham se perdido na tradução inglês > húngaro > português.]

Por oito anos, ela interpretou uma persistente detetive ao lado de Nathan Fillion, e agora ela volta à televisão em uma produção mais sombria - "Absentia". Nós encontramos Stana Katic e falamos sobre o trabalho no set e o que realmente aconteceu no episódio final de "Castle".

O AXN estreou uma nova série com você no papel principal. Você pode, brevemente, apresentar sua nova personagem e contar o que acontece nessa produção?
Interpreto Emily Byrne, uma agente do FBI que foi sequestrada e declarada morta. Claro que isso aconteceu antes do início da ação de nossa série. No primeiro episódio, Emily é encontrada. Ela foi mantida contra sua vontade e torturada por seis anos. Agora ela é liberada e encontra uma nova realidade: seu marido tem uma nova esposa, e seu filho tem uma nova mulher em sua vida a quem chama de "mãe". Seu pai, por sua vez, ficou muito doente.

Emily é uma mulher durona ou ela está mentalmente quebrada?
Ela, definitivamente, é como uma madeira de lei que pode sobreviver sob as condições mais adversas. Claro, o que mudou em seu mundo, mudou muito, seja para o melhor ou pior - os espectadores terão que avaliar. Eu sei que você logo irá perguntar se ela é como Kate Beckett de "Castle". A resposta é não. Emily é mais real. Ela vive problemas reais que pessoas comuns enfrentam todos os dias. Quando ignoramos a questão do seqüestro, me parece que os espectadores poderão se identificar facilmente com ela. Kate vivia em um mundo imaginário. Os problemas dela não eram reais. "Castle" era uma típica série de entretenimento onde tínhamos um caso a cada episódio. Os problemas dos protagonistas eram só para o entretenimento.

Você disse que você levou muito a sério este projeto.
Sim, porque por baixo de tudo, tentamos mostrar coisas importantes. Eu li muito sobre o comportamento de mulheres que foram mantidas contra a vontade delas por um longo período de tempo, tipo por uma década, e como isso afetou suas psiques. Eu queria reunir a maior quantidade de informações o possível sobre minha personagem para que ela fosse convincente, mas também para que o público soubesse com o que essas mulheres tinham que lidar. Eu li diários de pessoas que sobreviveram à II Guerra Mundial para entender como alguém mantém a sanidade depois de ter visto tanta crueldade por si mesmo. Pelo que essas pessoas queriam viver?

Mas você não sente que Emily é muito parecida com Kate?
No começo eu tive essa impressão, mas então comecei a notar muitas diferenças. Emily é o novo arquétipo de uma heroína feminina. Ela é mãe, esposa, mas também uma guerreira que não vai deixar nada impedir que ela alcance seu objetivo. Gostei que, embora existam muitos homens no elenco, minha personagem é a mais forte. Ela é quem dá o tom. Desta vez, Patrick Heusinger é quem está lá para adicionar a beleza (risos).

Você também enfatizou em nossa conversa que "Absentia" foi o maior desafio de atuação em sua carreira. Por quê?
Pela primeira vez, eu gravei uma série de dez episódios como se fosse um filme. Sem pausa. Eu vivi por alguns meses na Bulgária, durante um severo inverno, tendo que fingir que estava em Boston. Não foi um trabalho fácil. Antes, eu tinha um intervalo entre os episódios. Podia ir para casa, ver a família. Não havia essa possibilidade agora, assim como acontece quando se faz filmes. Você vai para um local e fica lá até terminar. Isso também foi uma vantagem, porque a Bulgária é um país muito bonito, que consegui conhecer graças a isso. Vi como é a sua cultura, experimentei a cozinha, senti como é viver a vida no cotidiano.

A série é sombria?
Ela é sombria e brutal, embora queríamos que todas as cenas de violência fossem perfeitamente justificadas para que o espectador, sentado na frente da TV, não sentisse que eram gratuitas. A violência é uma parte muito importante da nossa história, e não um entretenimento barato.

Notei que você também é a produtora da série. Você governou um pouco o elenco por isso?
Um pouco (risos). Tentei fazer com que todos tivessem as condições de trabalho mais confortáveis para que não prejudicasse a criatividade e o desempenho. Foi um grande desafio assumir a responsabilidade por isso. Mas também é uma grande alegria assistir na televisão os frutos do seu trabalho. Eu também fiz questão de contar uma história legal sobre questões importantes. Eu estava prestando atenção a mais detalhes do que quando eu era apenas uma atriz. Você provavelmente sabe como é ter algo sob seu próprio cuidado. Eu tratava a série como um filme independente criado para a televisão americana, e isso não acontece com muita frequência. Na minha opinião, o cinema independente da atualidade conta as histórias mais interessantes. O tipo que as pessoas querem ver e sentir. Este é um campo para experiências e correr alguns risco. Ninguém está ganhando um salário gordo aqui.

A questão é, o AXN também vê assim?
Eu acho que sim. Eles, afinal, assinaram um contrato conosco (risos).

Finalmente, gostaria que falasse sobre o fim de "Castle". Richard e Kate morrem ou conseguem sobreviver?
Gostaria de acreditar que essa história tenha um final feliz, que eles realmente levem uma vida feliz com filhos. No entanto, me parece que era apenas um sonho e mais o provável seja a primeira opção. No entanto, este é um daqueles fins que deixam em aberto para os fãs interpretarem e escolherem aquele que acharem melhor.

Mas se eles realmente morreram, não seria um final exatamente feliz.
A vida nem sempre é alegre como gostaríamos que fosse!