Entrar no estúdio de Castle em Hollywood numa tarde do começo de outubro é ousadadamente ir aonde nenhum autor e sua musa já foram antes. A ação do dia se desdobra não numa suja delegacia da NYPD, mas num elaborado set de espaçonave, cheio de aço e consoles de alta tecnologia, manuseados por atores com figurinos que seriam adequados para a USS Enterprise.

Sob o olhar atento do diretor Jonathan Frakes (conhecido como o Comandante William T. Riker de "Star Trek: The Next Generation"), um capitão heroicamente verifica as chances de sobrevivência de sua equipe contra uma raça alienígena sem misericórdia, até que é interrompido pela Detetive Kate Beckett (Stana Katic) e o escritor de mistérios Richard Castle (Nathan Fillion), cuja presença adequada ao século 21 rapidamente trás a reunião intergalática de volta à Terra. Ao menos até Castle disparar o que ele pensa ser uma arma a laser de brinquedo e - putz grila! - abre um buraco na parede da espaçonave. (ao menos é o que acontecerá quando o episódio for ao ar, graças aos efeitos mágicos de pós-produção.) "Você," diz Castle para um suspeito, que está participando de uma encenação de um programa cult, "está ferrado."

Apertem os cintos, fãs de Castle: no episódio de 5 de novembro do hit da ABC, a dupla entra em novo território: uma convenção sci-fi. Após uma mulher aparecer morta a bordo da réplica de uma nave espacial, Castle e Beckett encontram-se num mundo fanático conhecido como SuperNovaCon, claramente inspirada na San Diego Comic-Con. "Outros shows fizeram episódios em convenções sci-fi e parece que eles sempredesdenham das pessoas lá," diz o produtor executivo e auto-proclamado "geek enrustido" Andrew Marlowe. "Mas a fantasia tem um papel importante na vida de todo mundo. Todos precisamos de uma maneira de escapar. Queríamos nos divertir com este mundo, mas não queríamos fazer graça dele."

O episódio, entitulado "The Final Frontier", já causou muito burburinho na blogosfera - o que nunca é algo ruim durante os sweeps de novembro - graças ao passado sci-fi do protagonista da série. Muito antes de roubar o coração de Beckett, Fillion ganhou reputação de rockstar entre fãs do gênero, graças a sua frequente colaboração com o deus geek Joss Whedon (veja "Firefly", o filme que foi sua sequência "Serenity", "Buffy: A Caça Vampiros" e "Dr. Horrible's Sing-Along Blog"). O episódio presta homenagem a "Firefly", seu faroeste sci-fi de vida curta da Fox. "Vejo 'Firefly' como meu primeiro amor," diz Fillion durante um intervalo nas filmagens. "Quando fomos cancelados, foi horrível."

Ainda assim, quase 10 anos após ser tirada do ar, a série tem seguidores devotos, como é o caso de "Nebula-9", o show fictício que está no centro do episódio da SuperNovaCon de "Castle". Em outra piada interna, o protagonista de "Nebula-9" - interpretado por Ed Quinn, de "Eureka", que rouba a cena - é um capitão sabichão chamado Max Rennard, uma clara referência ao personagem de Fillion em "Firefly, Malcolm Reynolds. "A gente não está dando uma piscadela [às semelhanças], mas estamos abraçando e dando uns amassos com elas," diz Fillion. "De língua."

Mesmo aqueles que não são tão apaixonados por sci-fi vão se divertir com esse caso esquisito. "Não falo Klingon ou Romulan," diz Katic rindo, "mas esse episódio é muito inteligente e divertido.
"Um dos primeiros testes quando vim para L.A. foi para 'Star Trek: Enterprise'," ela conta. "Me lembro de estar tão animada. Eu só queria usar as orelhas pontudas!"

Apesar de não ter conseguido aquele papel, Katic pode se fantasiar um pouco, quando Beckett resolver realisar uma das fantasias de seu namorado. Mas Castle não ficará tão animado quando descobrir que Beckett era fanática por "Nebula-9" na época que estudou em Stanford; ela fica desconcertada quando conhece o elenco na convenção. "Eu gosto de sci-fi bom," um incrédulo Castle a provoca. "Star Trek. Battlestar. Aquela série do Joss Whedon."

Segundo Katic, a revelação da obsessão de Beckett é mais um marco no relacionamento Caskett. "Ela talvez não seja mais tão tímida ou tão fechada em relação a certas partes de si mesma," diz Katic. "E isso é bacana porque significa que eles são mais livres juntos, mais abertos um com o outro."

O que é um grande alívio. Após uma 4ª temporada cheia de drama quanto à tensão sexual do par, que testou a paciência dos telespectadores, "Castle", em sua 5ª temporada, retornou ao tom mais divertido agora que os personagens estão felizes e comprometidos. E isso aconteceu sem sucumbir à temida Maldição Moonlight: até agora nesta temporada, a série tem ganhado no horário em total de espectadores, mesmo contra o novo hit da NBC "Revolution".
Mas o público não deve esperar que a alegria no relacionamento dure para sempre. "Isso seria chato," diz Marlowe. "Conforme avançamos na temporada, vamos complicando as coisas."

O episódio de 19 de novembro mostrará um pouco disso, quando os pombinhos juntam a mãe de Castle, Martha (Susan Sullivan), e o pai de Beckett, Jim (Scott Paulin). "Não tenho certeza se todos ficarão super empolgados com todos os outros," conta Katic sobre o tenso jantar. "Não sei se os pais vão se dar bem."

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