A atriz estreia a segunda temporada de "Absentia" com uma turnê promocional que inclui a Espanha, e nos contou sobre os bastidores deste novo trabalho, que foi filmado na Europa.

Uma década após a estréia da série que a lançou para a fama, Stana Katic retorna com a segunda temporada de "Absentia," a ficção que veio depois de "Castle" e na qual ela interpreta uma mulher tão forte quanto Beckett, mas muito mais complexa. Emily, sua personagem, é uma agente do FBI que ficou desaparecida por 6 anos e que retorna à sua vida para descobrir que tudo mudou. Eles a declararam morta, seu marido se casou novamente e seu filho mal a reconhece. Com o tempo, descobrimos o trauma que ela está escondendo, pois durante os anos em que estave desaparecida, ela havia sido sequestrada por uma louca que a aprisionou em um tanque d'água.

Na segunda temporada da série - que pode ser vista no AXN e na qual Stana participa não só como atriz, mas também como produtora - vai se aprofundar em todos esses anos perdidos e os danos causados ​​a esta mãe que quer voltar a encontrar a normalidade também em suas relações familiares, sem deixar de lado a trama policial que continuará fazendo parte de suas vidas.

 
Como você encara a série sendo produtora executiva? Como isso afeta sua opinião e como você decide como sua personagem evolui?
Como uma das produtoras executivas, eu colaboro com o restante do grupo, Julie Glucksman e Sony. Há muito diálogo com os roteiristas para começar a preparar uma possível terceira temporada, agora que terminamos de editar a segunda, que já vi inteira. Então há muita conversa sobre como podemos tornar isso o mais impactante possível. Estas são algumas das coisas que fazemos como produtores. Além disso, é claro, como os novos personagens são escolhidos também fazia parte do planejamento da segunda temporada.

Quantos anos você gostaria de continuar com esta série?
O que queremos fazer, como narradores, é impactar. Não queremos estender um processo se for desnecessário. Continuaremos enquanto tivermos uma história para contar. Eu me divirto muito, aproveito com meus companheiros. Ainda há muito para explorar e acho que temos que observar o que a história nos diz que precisa.

Como veremos Emily, sua personagem, evoluir em relação à sua família?
No final da primeira temporada, há uma grande bomba de informação que a protagonista recebe, e acredito que no início da segunda Emily lida com questões sobre sua identidade pessoal, sobre o que aconteceu nos anos em que ela ficou presa em um tanque. Ela tenta reconstruir sua vida, com uma noção de si mesma muito desfigurada. A razão pela qual ela faz isso, no final, é por causa do amor que sente por seu filho. Ela quer ter certeza de que pode estar ao seu lado porque quer construir uma relação com ele, então vamos vê-la nesse processo.
Desta vez, ela finalmente consegue ter um apartamento próprio e vamos ver o que isso significa para ela, como ela é - uma pessoa radical e tensa. Não é uma mãe típica. Vamos brincar com isso e cada personagem terá o seu papel. Veremos como é o relacionamento entre Alice e Nick, como ele evolui e o que aconteceu depois do que vimos na temporada passado. Além disso, há explicações sobre como o Jack está conectado ao que aconteceu.

Mas no que diz respeito a Alice, ela faz mudanças em sua vida que beneficiam o relacionamento de Emily com seu filho, certo?
Eu gosto quando duas mulheres reconhecem o que há de bom uma na outra. Emily vê que Alice fez o melhor que pôde para criar seu filho, ela era uma mãe fantástica para Flynn e nãi há nada a ser dito contra isso. É daí que começamos - não é fácil, é complicado, mas o que não é?

Então, Emily não vai ter que enfrentar Alice, ou isso é apenas o começo da temporada?
Começamos daí, e então veremos.

O que Emily te ensinou?
A ser resiliente, forte e, ao mesmo tempo, vulnerável e frágil. Ela é uma personagem interessante porque ela é apenas um anti-herói, como também tem toques de super-herói - ela também é uma mãe, o que a motiva muito. É muito interessante, isso me lembra da música de Meredith Brooks: "Eu sou uma vaca, sou uma amante". Há muitas facetas em sua vida, mas que mulher, que ser humano, não tem? É emocionante fazer experiências com isso, ver como ela se identifica com o pai, o irmão e o filho. Nós também veremos um pouco de sua vida romântica nesta temporada.

De onde você tira energia para filmar por tantos dias e tantas horas seguidas?
De café e macarrão.

Você mesma cozinha?
Não, porque estamos no set de filmagens, no meio da Bulgária... Então não.

O que te impactou mais na segunda temporada?
Vamos ver... Como sou produtora executiva, sei o que vai acontecer de certo modo. [risos] Há muita ação, na metade dela nós viajamos pela a Europa, o que foi muito interessante. Vieram atores de todo o continente para se juntar à trama, e isso foi muito divertido para nós.

Como o estresse pós-traumático afeta a personagem?
No ano passado, vimos Emily de um ponto de vista muito objetivo: ela era o mistério. Mas, desta vez, nos aproximamos: o público está junto a ela, que se sente um mistério para si mesma. Vamos vê-la tentar encaixar todas as facetas de sua identidade e seu passado. E como agora estaremos com ela de uma forma mais próxima, podemos nos concentrar de uma forma muito interessante e pitoresca em seu trauma emocional e estresse pós-traumático. Há muitos movimentos de câmera originais e diferentes, o que foi muito divertido para nós, como produtores. Além disso, foi um desafio, como atriz, procurar a realidade desta personagem.

A segunda temporada começa em um ponto totalmente diferente no final da anterior. Vamos ver como chegou nesse ponto conforme os episódios passam?
Esse personagem não pode retornar a uma normalidade, ela sempre foi um pouco punk-rock, mesmo antes de ser capturado existem momentos que mostram que ela sempre foi um pouco radical. Ela nunca vai colocar um avental e fazer brownies - ela vai querer experimentá-los, mas sempre vai ser algo mais alternativo, por isso até mesmo seu relacionamento com seu filho tem essa nuance. Falei com o ator que interpreta Flynn, perguntei o que ele achava de seu personagem e ele disse: "Eu sou o mini-Batman e você é o Batman." Adorei isso! É algo que ele viu na história e que eu também senti, e é algo em que eles combinam, ambos são do mesmo extremo.

Mãe e filho passaram pela mesma experiência de tortura. Veremos o que eles compartilham disso nos próximos episódios?
É verdade, e há algo a ser dito sobre essa relação entre eles: eles têm um acordo informal em que quando se olham, se entendem, e isso é algo que ninguém mais tem. Eles são uma família.

As mulheres fortes da televisão não precisam mais ser lutadoras, elas podem ser mães, mulheres... Então, o que está faltando? O que você gostaria de adicionar à sua personagem?
Há muitas histórias atualmente, belas e complicadas, nas quais não vemos mais a interpretação dessa mulher "ideal". No caso de Emily, o que me atraiu foi ela ser o anti-herói, ela é ousada, forte, sensual e sexual apesar do fato de que a primeira imagem que você tem dela é como uma mulher alternativa, diferente. Além disso, a questão aqui é que não apenas Emily, mas o mundo em que ela vive também é estranho. É uma história sobre uma família, sobre a relação entre eles através da situação catalisadora pela qual passam. Temos um ex-marido com a esposa, o filho, o pai, o irmão... é o que torna essa história incomum. Nós vemos tudo isso representado e é muito interessante.

Nós vimos que você fala um pouco de espanhol. Você fala fluentemente? Você aprendeu na escola?
Não, eu enrolo algumas palavras. Eu não aprendi na escola, é que há muitas pessoas em Los Angeles, e nos Estados Unidos como um todo, que falam espanhol. Além disso, é uma língua latina, então é familiar para mim por causa da minha experiência com italiano e francês. Eu adoro, é um idioma bonito.

Quantas línguas fala?
Falo servo-croata, inglês, obviamente mal, e também italiano e francês, embora agora bem menos.

Você já esteve na Espanha antes?
Não, esta é minha primeira vez.

E você gostaria de voltar?
Claro, aqui é lindo. Eu adorei ter esse gostinho, mas vou voltar com certeza.

Na primeira temporada o tanque foi o grande desafio da Emily. O que será desta vez?
Voltamos à questão da identidade, da busca pela normalidade. O tanque não desaparece, ele fica ainda mais forte e pior. Como narradores, conseguimos dar um aumento exponencial a ele. Eu tenho medo de falar demais, mas eu vi todos os 10 episódios e adorei. Eu acho que são divertidos, incomuns, há momentos em que você vê o curioso senso de humor dos produtores. Ficamos um pouco surpresos ao assisti-los e acho que o público responderá muito bem.

A veremos tendo um relacionamento?
Sim, isso vai acontecer.

Você faz preparação física para o papel, treina?
Sim, nós treinamos com a equipe que trabalha em "Game of Thrones," porque eu e alguns de meus colegas tínhamos cenas importantes.

E vamos ver sua mãe se envolver na história?
Sim, veremos isso em mais de um episódio, e ela trará informações que causarão uma reviravolta na história.

Você acha que foi mais difícil se preparar física e psicologicamente para esta temporada do que para a anterior?
A primeira era o novo, a novidade, então foi um processo de aprendizado. Então, como atores, era bom nos vermos novamente e saber como as coisas iriam funcionar; essa familiaridade torna tudo mais fácil, embora a trajetória da narrativa seja mais difícil desta vez.

Você faz suas próprias cenas de ação?
Sim, eu tenho um dublê com quem eu treino e isso me ajuda, mas na maioria das cenas sou eu, exceto em quedas. E isso é impossível sem um bom parceiro, então formamos uma ótima equipe. O nome dela é Raina, e acho que ela querer contar essa história da melhor maneira possível, assim como eu, faz minha vida mais feliz, e ela fica muito feliz quando eu consigo fazer algo novo.

Alguma anedota das gravações?
Todo mundo me pergunta o que aconteceu de divertido nas filmagens e eu, embora tenha passado dias rindo no set, acho que não me lembro de nada de concreto. Eu acho que todo mundo é muito esquisito no set, somos muito parecidos, então rimos muito como uma equipe. Mas não consigo pensar em nenhuma história, apesar de que certamente houve várias.