No set com Stana Katic, que interpreta a detetive Kate Beckett em "Castle," da TV One.

Te incomoda o fato de que, apesar de ser a protagonista, você é considerada o colírio da série?
Bem, Kate deve provocar tanto quanto Castle. Ela precisa ser tão forte quanto ele. Ela deve lutar tão bem quanto ele. Uma luta não é interessante a não ser que ambos sejam igualmente bons. Eles ainda têm muito o que aprender um sobre o outro. Acho que a questão para Beckett é o que aconteceu em seus relacionamentos anteriores. Castle e Kate precisaram lidar com uma quebra de confiança para poderem voltar a ter um relacionamento profissional.

"Castle" não é apenas mais um drama procedural?
Os procedurais normais são muito sombrios, muito técnicos. Esse tem uma perspectiva leve e divertida desse mundo, o que é revigorante. É meio que uma mistura de comédia romântica com procedural. E não é essa a parte mais divertida de fazer, quando se está no meio de uma paquera?

Você lê romances criminais?
Não. Eu acabei de ler "Middlesex," que aparentemente a HBO comprou. Tento ler de tudo, dos clássicos a coisas que amigos recomendam. Em um período de um dia e meio, umas 10 pessoas me trouxeram livros. Não sei por quê. Pareço atrair muita literatura boa no momento.

E quanto a séries criminais?
Gosto de "Sherlock Holmes," "Columbo," as clássicas. Mas procedurais criminais normais, não, eu não assisto nenhum com frequência.

O quanto das cenas de ação você faz pessoalmente?
Adoro fazer minhas cenas de ação. Eu estudei artes marciais, e quando você ataca alguém, você vai com tudo. Então tive que aprender a não machucar a pessoa. Uma vez, precisei aprender uma técnica dos Fuzileiros Navais de matar usando uma faca, e você ataca a pessoa em todas as artérias principais. Você pode matá-la em cerca de dois minutos. No final, eles acabam estatelados no chão e você sobre neles e espreme até drenar todo o sangue, e com sorte eles desmaiam.

Foi necessário fazer pesquisa para esse papel?
Um fiz um pouco de pesquisa com o Departamento de Polícia de Nova York. Também pude andar com o Departamento de Polícia de Los Angeles e com o FBI, só para dar uma base à Kate. O que aprendi de mais valioso é que eles são tão dedicados ao trabalho deles. E eles têm muito humor negro.

Sua personagem parece ser a única que tenta manter uma autoridade austera dentre todos esses...
Garotos? Essas crianças bobas? Cresci com muitos meninos, e isso facilita no set. Esses meninos e eu nos divertimos muito fora das cenas. Há vários trotes sendo feitos. Somos todos brincalhões, no fundo. Claro, Kate acaba tendo que controlar todo mundo, mas veremos um pouco do seu lado selvagem. A realidade, para qualquer mulher, é que ela pode ter uma certa faceta no trabalho, mas quando ela vai para casa, ela é tão livre e solta quando os meninos, e pode brincar tanto quanto eles.

Foi isso que a atraiu em Kate?
Foi sua integridade e sua missão. Toda sua jornada como detetive começou porque sua mãe foi assassinada. Fora isso, ela seria uma garota normal de Manhattan, provavelmente estudando em Stanford.

O quanto você se parece com Kate?
Ambas somos intelectuais? Ambas lemos livros? Ambas surtam com as coisas? Sim. Mas acho que sou mais livre e criativa, e certamente mais selvagem. Ela parece ser 10 anos mais velho que eu, às vezes.