Stana Katic Brasil

Stana Katic Brasil

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Com menos de uma semana faltando para "Lost In Florence" chegar a seletos cinemas nos EUA e, concomitantemente, no iTunes, o diretor e roteirista do longa Evan Oppenheimer fez a gentileza de conceder uma entrevista por e-mail ao SKBr.

"Lost In Florence" acompanha Eric Lombard, um estadunidense que se encontra em uma escruzilhada: será que ele deve continuar correndo atrás de seu antigo sonho de ser jogador profissional de futebol americano, ou ele deve começar a próxima fase de sua vida e se matricular na faculdade de Direito? Enquanto pondera essa decisão, Eric, junto com sua namorada de longa data Colleen, vai visitar sua prima em Florença, na Itália. No último dia da viagem, Eric pede Colleen em casamento - mas, para sua surpresa, ela recusa e volta para os EUA. Eric fica na Itália, de coração partido e incerto quanto a seu futuro. É quando ele se envolve com um antigo esporte local, o Calcio Storico – e se apaixona por uma garota local... que já tem um namorado. Por fim, Eric entende que ele precisa decidir o que ele realmente quer, e o quanto ele está disposto a lutar para consegui-lo.

O filme foi gravado na Itália, entre junho e julho de 2014. Stana interpreta Anna, prima de Eric que mora em Florença, é casada com um italiano e dá aula do idioma a estrangeiros. Você pode ler mais sobre o filme - além de conferir trailers e sneak peeks - na nossa página dedicada a ele.

Perguntei a Oppenheimer sobre a concepção da história, o papel de Anna na trama, como Stana se envolveu no projeto, a "invasão" dos fãs nas locações, e seus projetos futuros - que podem ou não envolver Stana...

 
Stana Katic Brasil: Você escreveu e dirigiu "Lost In Florence". Qual foi sua inspiração para a história?
Evan Oppenheimer: Bem, a inspiração para usar o calcio storico foi, obviamente, o próprio calcio storico. É um esporte real que é jogado todo verão em Florença, e é único. Desde a primeira vez que o vi, quis usá-lo de alguma forma em um filme. A inspiração emocional é um pouco mais complexa. Eu vivi em Florença por um breve período de tempo anos atrás, e na época eu estava em um relacionamento complicado com uma mulher de Nova Iorque - achei que ficar um pouco afastados poderia nos ajudar a entender as coisas. Então eu estava em um estágio na vida similar ao qual Eric se encontra no filme – se perguntando o que estava em meu futuro, me perguntando com quem eu passaria minha vida, e sem saber se meus sonhos seriam realizados.

SKBr: Qual foi a importância de filmar em locação na Itália? Você teve dificuldades em filmar tantas cenes em lugares públicos?
EO: Nós debatemos brevemente filmar o longa em outro lugar que não Florença, por motivos orçamentários. Mas isso pareceu uma decisão tola. Como alguém que já fez muitos filmes em Nova Iorque, eu entendo a dificuldade de filmar em certas locações — mas juntos com os desafios vêm as recompensas. Uma visita inicial à Toscana Film Commission [NT: Comissão de Filmes da Toscana] foi encorajadora; eles disseram, "nada é impossível" quando perguntamos quais locações poderíamos usar. É claro que tivemos que tomar muito cuidado ao filmar em lugares públicos – evitamos áreas turísticas lotadas durante o dia, e só filmamos nos locais mais movimentados (como a Ponte Vecchio e a Piazza della Signoria, provavelmente os dois lugares mais famosos em Florença) no meio da noite. Por isso eles estão estranhamente vazios no filme...

SKBr: Vocês tiveram muitos fãs indo às locações. Vocês esperavam por isso? Vocês tiveram algum problema com eles?

EO: Fiquei um pouco surpreso com a quantidade de fãs que nos visitaram, especialmente fãs da Stana. Eu sabia que ela era popular, mas eu não estava preparado para o quão popular – ainda mais na Europa. Os fãs dela foram incríveis. Eles vieram de todo o continente na esperança de vê-la e talvez trocar algumas palavras. Stana insistiu que tratássemos seus fãs com todo respeito, então nos recusamos a mentir para eles ou enganá-los. Dito isso, houve momentos em que tivemos que mudar de locação para que pudéssemos trabalhar, já que a exuberância dos fãs, às vezes, atrapalhava nossa filmagem.

SKBr: Como foi o processo de escalar a Stana para o papel de Anna? Você a havia visto em trabalhos anteriores, ou ela foi indicada por um diretor de casting? O que você acha que ela fez pela personagem que outras atrizes não teriam feito?
EO: Tenho vergonha em admitir que eu não era muito familiarizado com Stana antes de filmarmos. Eu conhecia "Castle," mas nunca havia visto um episódio inteiro. Quando Felicia Fasano, nossa incrível diretora de elenco nos EUA, sugeriu Stana, eu imediatamente perguntei à minha esposa sobre ela. E minha esposa, que havia assistido vários episódios de "Castle," imediatamente aprovou. É claro que eu logo me eduquei sobre ela, e fui rapidamente convencido – ainda mais quando soube que ela falava italiano, assim como sua personagem! Acho que o que Stana contribuiu para a personagem foi sua grande empatia. Stana é uma ouvinte maravilhosa, uma atriz e pessoa que dá muito apoio, então foi natural que ela tenha trazido à tona esse aspecto de sua personagem. Ela queria ter certeza de que Anna jamais seria grosseira ou impaciente com Eric – ela só quer que ele seja feliz, quer dar apoio a ele para que ele tome as decisões certas.

SKBr: O que você pode nos contar sobre a Anna e o papel que ela tem no filme? Como ela se encaixa na história de Eric?
EO: Parece que acabei de responder essa. Anna é, claro, a entrada de Eric na sociedade italiana (especialmente através de seu marido Gianni), mas seu papel mais importante é ser a pessoa com quem Eric pode conversar, em quem ele pode confiar, que ele sabe que quer o melhor para ele.

SKBr: Você já tem novos projetos em seu futuro?
EO: Estou trabalhando em um roteiro de baixo orçamento que se passa nas ruas de Nova Iorque. Chamo de filme artístico, porque não sei o quanto ele será comercial. É sobre uma família de novaiorquinos interessantes (espero) e o que acontece com eles em um dia importante em Nova Iorque. Por ora, ele se chama "The Magnificent Meyersons," e espero filmá-lo nesse verão [NT: inverno no Brasil]. Há até um papel que escrevi pensando na Stana, se ela estiver interessada e disponível...

 
Acho que posso dizer em nome de todo o fandom: ACEITA, STANA! ?

Quanto ao lançamento do filme no Brasil, a única coisa que sabemos no momento é que a Orion Pictures, que pertence à MGM, é a responsável pela distribuição do filme tanto nos EUA, quando na América Latina. Então há chances de ele chegar aqui em algum momento, mas não sabemos quando, nem em que formato (cinema, VOD, TV a cabo,...). Quanto ao restante do mundo, eles têm uma empresa cuidando da distribuição individualmente, então é mais difícil de saber onde quando ele deve ser lançado. Também ainda é cedo para informações sobre lançamento em DVD.

E ficamos por aqui com essa entrevista. Deixo meu enorme agradecimento ao Evan Oppenheimer, por toda sua paciência e colaboração nos últimos meses! Você pode conferir em nossa galeria o pôster em HQ que ele nos enviou com exclusividade, assim como algumas fotos de bastidores em melhor qualidade do que haviam sido publicadas em redes sociais.

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Faltando menos de 10 dias para a estreia de "Sister Cities" no Traverse City Film Festival, tive a incrível oportunidade de entrevistar Colette Freedman, autora da peça que inspirou o filme, assim como a responsável pela adaptação do roteiro para o longa.

"Sister Cities" conta a história de quatro irmãs - cada uma com o nome da cidade onde nasceu - filhas da mesma mãe mas de quatro pais diferentes. Cada uma vive sua vida e elas não tem muito contato entre si, mas se veem obrigadas a retornar para a casa onde cresceram após o aparente suicídio da mãe. Você pode ler mais sobre o filme na nossa página dedicada a ele, e também comprar o roteiro da peça para ler (em inglês) em indietheaternow.com/play/sister-cities (US$1,29).

Com base na peça e no pouco que vimos do filme através de matérias no set e fotos das gravações, conversei com Colette sobre a experiência de adaptar o roteiro, mudanças que podemos esperar, e a participação de Stana no projeto. Confiram a seguir - cuidado! Pode conter spoilers da trama!

 
Stana Katic Brasil: Você escreveu tanto o roteiro da peça, quanto a adaptação para o filme. Na peça, tudo acontece dentro de poucas horas, com apenas um flashback para algumas semanas antes, que mostra a mãe já doente, interagindo com uma das filhas. Pelo que vimos do filme, ele vai além disso. Nós vamos à infância das meninas, além de as vermos já crescidas, todas juntas em família, com a mãe aparentemente saudável. Você criou essa história "extra" para o filme, ou era algo que você já tinha em mente, mesmo que não estivesse no roteiro da peça?
Colette Freedman: A versão em filme de "Sister Cities" me deu um oportunidade incrível de dar uma história ao passado dessas mulheres extraordinárias... de mostrar o momento exato em suas vidas nos quais elas perderam a inocência e, então, formaram suas personalidades adultas. Antes de escrever o filme, eu escrevi o livro que me permitiu ir mais afundo em seus passados individuais e coletivos, formando a base do roteiro do longa.

SKBr: Além dos flashbacks mencionados acima, quão fiel é a adaptação da peça em filme? Já que você escreveu ambos roteiros, seria de se esperar que a história seria a mesma. Você deixou algo de fora, que não funcionou em cena, mesmo que tenha funcionado bem no palco? Ou o roteiro é mais inspirado na peça do que adaptado dela?
CF: Há várias diferenças no filme, mas ele ainda é fiel à história original. O teatro depende de palavras: um diálogo dinâmico, personagens fortes e uma história atraente. No filme, o visual é o mais importante. Por sorte, tive dois colaboradores extraordinários em minha jornada criativa para levar "Sister Cities" para a telona: o produtor executivo Alfred Molina, que foi parte desse projeto desde o primeiro dia, e eu nos jogamos no roteiro e fomos página por página condensando e limpando. O diretor Sean Hanish, que tem um verdadeiro dom para criar uma fotografia magnífica, incorporou seus próprios artifícios para contar uma história, então perdemos um pouco do diálogo para abrir espaço para algumas composições de tomadas incrivelmente lindas.

SKBr: Eu já conhecia todas as atrizes que interpretam as irmãs de trabalhos anteriores e, quando li a peça, achei bem fácil imaginá-las em seus respectivos papeis. Você passou um tempo com elas no set e as viu interpretando. Qual a semelhança delas com suas personagens? Você alterou alguma característica das irmãs após conhecer as atrizes, baseada em traços das personalidades delas?
CF: Já vi essa peça mais de uma dúzia de vezes em diversos idiomas, e as atrizes sempre foram surpreendentemente diferentes. Stana, Jess, Michelle e Troian são atrizes tão experientes; elas deram a quantidade exata de profundidade e expansão aos seus papeis, mas ainda assim dando seus toques pessoais. A personagem mais diferente na hora de escalar, em todas as produções, geralmente é a Dallas... e o filme não foi exceção. Já vi todos os tamanhos, formas, etnias e atitudes interpretando a professora reprimida com um segredo sombrio. No filme, Michelle como Dallas provavelmente é a mais diferente da personagem no papel, e Michelle Trachtenberg se jogou de cabeça, sem medo, no papel, dando sua cara e trazendo uma nova faceta, força e humor à Dallas.

SKBr: Já que somos um fã site da Stana Katic, preciso perguntar: como foi trabalhar com ela? O que você acha que ela deu à Carolina que outras atrizes não dariam?

CF: Stana é uma profissional. Se você perguntar a 100 pessoas que já trabalharam com ela que palavra a descreve melhor, acho que a maioria diria "profissional". Ela é comprometida à sua arte, dedicada ao trabalho e ansiosa para sair de sua zona de conforto quando imerge na personagem. Carolina é uma personagem incrivelmente complicada, que precisa ser o compasso moral da história e ainda ser simpática para o público. A personagem deve passar por uma jornada emocional incrivelmente complicada em um curto período de tempo, e Stana dominou as nuances caóticas de vulnerabilidade e força que definem Carolina.

SKBr: A história tem uma temática bem pesada - abordando ELA e suicídio assistido - mas ainda consegue ter momentos bem leves e divertidos, mesmo que com um pouco de humor negro. Você teve algum receio quanto à reação das pessoas a ela? Você considerou deixá-la mais leve em alguns aspectos e/ou mais séria em outros - seja na peça ou no filme?
CF: Nunca me preocupo com reações; acho que artistas não podem [se preocupar com isso]. Nosso trabalho é contar a história que queremos contar e torcer para que as pessoas sejam afetadas por ela. Minha prima Joycie teve ELA e minha melhor amiga Jill (que interpretou Mary na peça original) tem Alzheimer - AMBAS são doenças horríveis e é incrivelmente importante, para mim, expressar criativamente meus sentimentos sobre essas sentenças de morte e minha opinião de que as pessoas que as sofrem deveriam ter uma escolha. Me sinto muito sortuda por Jess Weixler ter interpretado Austin, a âncora do filme, porque ela é o tipo de atriz que consegue equilibrar humor e tragédia com muita fluidez.

 
Além de "Sister Cities," Colette também esteve envolvida em outras duas produções cinematográficas: "Quality Problems", uma comédia sobre câncer co-produzida por ela e dirigida por Brooke & Doug Purdy, que está nos estágios finais de pós-produção e deve ser distribuída em festivais em breve, e "And Then There Was Eve", uma história de amor transgênera, dirigida por Savannah Bloch e que começará a ser filmada semana que vem. Ela também lançou recententemente o livro "Anomalies", escrito em parceria com Sadie Turner e que está disponível na Amazon.

Deixo aqui meu MUITO obrigada à Colette por ter tomado um tempo para conversar comigo e por toda a sua paciência. "Sister Cities" estreará dia 29 de julho Traverse City Film Festival e, aparentemente, chegará aos cinemas estadunidense dia 2 de setembro, mas confirmaremos essa notícia quando tivermos mais informações sobre a distribuição do filme tanto nos EUA, quanto em mercados internacionais.


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