Stana Katic já é conhecida dos espectadores após estrelar a série "Castle," mas agora ela mostra uma outra faceta em sua nova série. Enquanto "Castle" tinha uma certa leveza, "Absentia" é uma série muito mais sombria: um thriller dramático e perturbador, que começa com um caso enigmático.
Qual o mistério que cerca a protagonista?
Emily Byrne, minha personagem, era uma ótima agente do FBI, feliz em seu casamento e com um filho pequeno, mas 6 anos antes do começo da história, ela desaparece e todos acreditam que ela está morta. No começo da série, Emily é encontrada com vida, então o homem que acreditavam ter sido o assassino dela é liberado da cadeia.
Qual a primeira coisa que te atraiu na série?
A história ganhou minha atenção quando li os roteiros dos 4 primeiros episódios, particularmente porque era sobre uma sobrevivente. Eu tenho muito interesse por histórias assim. Eu li muitos livros de sobreviventes da II Guerra Mundial e do Holocausto. Também é interessante ver uma mulher moderna, que é bem sucedida em sua carreia mas também é uma mãe e uma heroína, e que obviamente comente erros. Essa personagem tem muitas camadas, o que me faz pensar no que é preciso para superar algo inimaginável, lutar contra as condições mais extremas, e sair por cima dessas situações. Para mim, a descoberta da personagem começou aí.
Por que você vê Emily, primeiramente, como uma sobrevivente?
Quando ela reaparece, seu marido casou novamente e seu filho cresceu chamando outra mulher de "mãe". Seu pai adoeceu e seu irmão passou por um complicado vício. De um jeito ou de outro, todos seguiram em frente e, do nada, ela reaparece e precisa se encaixar num mundo que seguiu em frente sem ela.
Você precisou aprender novas habilidades para esse papel?
Tive que aprender algumas coisas novas, como dirigir kart e nadar em águas congelantes, coisas assim.
Os episódios foram gravados na Bulgária. Como foi essa experiência?
Achei inspirador trabalhar com uma equipe tão experiente. Eles fizeram alguns dos melhores e maiores filmes de ação dos últimos 15 anos. Então eles eram uma máquina bem calibrada, todos se conheciam. Foi como chegar em uma família e ser recebida calorosamente.
Como foi filmar 10 episódios de uma só vez?
Quando se faz uma série, o normal é filmar um episódio por vez, mas nesse caso, fizemos como se fosse um filme. Quando começamos as gravações, tínhamos os roteiros dos 10 episódios em mãos. Isso não significa que não íamos mais a fundo quando gravávamos uma cena, ou que não conversávamos nos intervalos sobre como aprofundar a história. Mas desde o começo entendemos onde estávamos e onde terminaríamos, o que ajudou a fazer uma história crível.
Você tem uma cena favorita?
Em uma cena, Emily mergulha em um lago para fugir e sai na margem do outro lado. Quando a filmamos, estava muito frio, tanto que os produtores e a equipe estavam muito preocupados. Você coloca um traje de mergulho e, por cima, o figurino, anda até o meio do lago enquanto todos assistem, segurando o fôlego. Enquanto isso, você também prende o fôlego porque não faz ideia do que esperar. Essa cena, com sua linda cenografia, expressa muito bem o tema de renascimento e recuperação, e mostra quem é essa personagem. Emily sai de um lugar muito fundo e perigoso, ou seja, ela não desiste. Ela foi além da escuridão, ela lutou a fundo, apesar de encarar algo que queria apagar sua luz.
Há temas universais com os quais a audiência irá se identificar?
A série não é só um thriller, mas também um estudo de relacionamentos familiares e pode agradar a qualquer um. Pai e filha, mãe e filho, maridos e mulheres, irmãos - e, de alguma forma, todos esses relacionamentos entram em conflito com os outros. Sobrevivência também é um tópico importante. É interessante o quanto as pessoas podem ser fortes em circunstâncias extraordinárias e o quanto elas podem aguentar. E, finalmente, como conseguimos nos curar e reerguer através dessas circunstâncias.
O que você acha mais interessante em "Absentia"?
No geral, a incomum dinâmica familiar. Mas todos os relacionamentos familiares são complicados e interessantes, não são? É claro que essa família é um pouco mais complicada do que o normal, e isso é desafiador para um ator. Também é interessante na história os criadores terem colocado uma mãe no centro de tudo. Não há muitas histórias nas quais uma mãe também é a heroína que, ao mesmo tempo, luta contra problemas psicológicos. Mas isso pode ser relacionável para - e compreendido por - gente de todas as idades.
Obrigada @gyorffyzsuzsa1 pelos scans e pela tradução para o inglês!