Culpe o amor. Após um prolongado flerte, o atraente escritor de mistérios Richard Castle (Nathan Fillion) e a ávida detetive de homicídio Kate Beckett (Stana Katic) finalmente estão tendo conversas de travesseiro na 5ª temporada de "Castle". E a audiência para a série da ABC (que vai ao ar às segundas-feiras às 22h) nunca foram melhores. Mas talvez não seja por causa do sexo, pois a audiência para essa série híbrida de policial e comédia romântica intoxicante e única cresce a cada ano.

De qualquer forma, esta temporada dá a impressão de ser diferente à sua estrela. "Sinto como se fosse uma nova série por completo," diz Katic. "O tom é mais leve agora que esses personagens estão juntos. É ótimo ir trabalhar."

Dois efeitos colaterais do enredo amoroso: os fãs da série, determinados a bolar um apelido fofo para o casal, escolheram o infeliz "Caskett" (N.T.: em inglês, "casket" significa "caixão"). O outro é que a nova intimidade do casal significa que, em diversas cenas este ano, Katic, de 34 anos, está usando menos roupas.

"Tem que haver um balanço para deixar a cena sensual e mantê-la modesta o bastante para TV aberta," ela conta. "A outra questão é que sou muito protetora em relação à personagem. Ela é a protagonista romântica, mas que quero que ela seja objetificada, principalmente porque nossa audiência consiste de muitas mulheres. Eu definitivamente quero que ela seja respeitada."

E por ser "Castle", mesmo as cenas no quarto podem ser incomuns. No episódio da semana passada, um Castle bastante excitado assistia Beckett revelando lentamente, numa dança quase burlesca, uma fantasia sci-fi à lá Star Trek (é uma longa história). Quando ela finalmente aparece por completo, ela estava usando uma horrível máscara alienígena, acabando com o clima do momento.

Um humor escrachado assim é que valida a aposta inicial do criador Andrew Marlowe em escalar Katic na série. Fillion era a base do programa, devido à sua popularidade resultante de papéis como o Capitão Mal de "Firefly". A menos conhecida Katic foi escolhida após uma exaustiva busca de talento, pois mostrou evidente química com Fillion por trás das câmeras.

Marlowe rapidamente aprendeu que sua descoberta trouxe mais do que carisma à série. "Ela é ótima nas necessidades diárias do show," ele diz. "Ela é uma policial ótima e forte, que entra numa sala e projeta autoridade. Ela também possui muita feminilidade. E quando precisamos que ela acesse essas emoções mais sombrias, ela é realmente incrível."

Um bônus inesperado: o dom cômico de Katic, que dá um ritmo distinto aos diálogos. "Nathan é um ator fantástico para humor," diz Marlowe. "Então muitas vezes Stana precisa fazer a pessoa séria. Mas cada um tem seu espaço para humor. Ele tem as tiradas, as frases de efeito. Ela ter um humor mais seco, as observações sarcásticas."

Certo, sem mais enrolações, Marlowe. Há um futuro para, er, Caskett? Ou é apenas um romance temporário? "Enquanto for interessante," é tudo o que ele diz.

Katic é ainda mais sombria quanto ao futuro do casal. E o motivo é que ela acha que Castle não é homem o suficiente! "O personagem do Castle sempre foi meio canalha - muito engraçado, muito charmoso, mas assim que a coisa fica séria, ele pula fora," diz Katic. "Me pergunto se isso será o suficiente para Beckett. Ela começa a pensar nele como um futuro marido, um possível pai. Ela é complexa e apaixonante e todas essas maravilhosas contradições que creio que todas as mulheres são. Acho que uma mulher assim irá exigir um parceiro e um amante com a mesma profundidade."

Quanto mais você aprende sobre o passado de Katic, mais você entende essa questão de substância. Ela é filha de mãe croata e pai sérvio, nascida numa cidadezinha perto de Toronto, Canadá. Quando ela era bem pequena, mudou-se para a região de Chicago, onde seus pais abriram uma loja de móveis e tiveram mais cinco filhos.

"Meus pais eram imigrantes europeus," conta com orgulho. "Eles vieram para os EUA com US$1,500, duas malas e eu, e eles conseguiram construir um pequeno negócio, um família, e um futuro para essa família. Eles não tinham os recursos que as pessoas que viviam aqui há duas ou três gerações tinham."

Um legado de sua infância: se quiser companhia para comprar uma mesa de jantar, Stana é a pessoa para isso. "Eu seria boa em descobrir quais materiais durariam mais tempo," ela conta rindo. "Ajudaria a levar para casa, escada acima, e fazendo curvas. Já ajudei alguns amigos a fazem a mudança. É impressionante o quanto eu me lembro dessa geometria estranha."

Também não é difícil perceber que ela é a irmã mais velha. "Vejo Stana correndo pelo set com alguma criança e pergunto, 'Quem é?', achando que é um dos parentes dela," conta Tamala Jones, a legista Lanie em "Castle". "E ela diz, 'Ah, ela? E a filha da fulana.' Os produtores levam os filhos ao set e todos se apaixonam por ela. Todos ficam, 'Staaaana!'."

O sucesso de "Castle" conquistou outros papéis a Katic, incluindo a cantora de rock Genya Ravan em "CBGB", um filme sobre a meca do punk em Nova York, a ser lançado neste inverno (N.T.: verão para nós). Antes das gravações, a boate no distrito Bowery em Manhattan tinha uma outra associação para Katic. "Quando eu tinha 16 anos, estava em Boston e uns amigos disseram, 'Quer ir a Nova York?'," relembra Katic. "Fui com minha colega de quarto... Uns caras disseram, 'Vamos a uma boate. Só não vá ao banheiro.' Era a CBGB. Não fazia ideia do que era ou da história da música. Só sabia que era minha primeira boate para maiores de idade e eu consegui entrar!"

Enquanto sua vida profissional cresce, sua vida pessoal continua calma. Você nunca vê Katic nos tabloides. Há alguém carregando móveis em sua vida? "Eu beijo," ela diz, "mas não conto." Assim como Beckett, misturando romance e mistério.