Taí um cena bem atípica: a estrela de "Harry Potter" Rupert Grint num palco, segurando uma guitarra e usando uma coleira, numa banda cujo vocalista assoa o nariz na carne de um sanduíche, mastiga dito sanduíche, e então o cospe para a entusiasmada plateia.
"Sempre quis interpretar um punk," diz Grint, de 24 anos, que interpreta o roqueiro Cheetah Chrome no drama histórico "CBGB" (que estreia em mercado limitado em 11 de outubro). "Foi muito divertido."
Chrome, guitarrista do The Dead Boys, é um dos muitos músicos que chegaram ao estrelato na turbulenta história do clube CBGB, no distrito do Bowery, em Nova York, um trampolim encharcado de cerveja para alguns dos sons new wave e punk mais vibrantes de 1973 a 2006.
O filme foca no começo dessa história, quando o dono e gerente Hilly Kristal deu espaço para uma mistura de artistas novos e veteranos do underground, como Iggy Pop, Blondie, The Ramones, Patti Smith, Lou Reed, The Police e Talking Heads.
"Era um lugar icônico, e tem muita história," diz o roteirista e diretor Randall Miller, que trabalhou no filme ao lado de sua mulher e produtora Jody Savin. "Mas as pessoas não sabem como tudo começou. Era isso que queríamos contar, a origem de tudo."
Kristal (Alan Rickman), um musicista clássico e gerente de um clube de jazz, planejava abrir um espaço para artistas de country, bluegrass e blues - o que originou a sigla CBGB do agora famoso logotipo. "Mas não foi isso que chegou até ele no Bowery de Nova York nos anos 70," diz Savin. "Mas ele entendia de música o bastante para saber que talvez esse pessoal não tivesse técnica, mas tinham voz e um fator de novidade. E a ideia de dar-lhes um palco foi heróica."
A história segue a jornada de Kristal (que morreu em 2007), com Rickman usando uma peruca castanha, o que o deixou extremamente parecido com o real dono do clube. Diversos jovens atores interpretam os roqueiros famosos, incluindo Kyle Gallner como Reed, Joel David Moore como Joey Ramone, e Malin Akerman, que pediu para interpretar sua heroina, Debbie Harry, do Blondie. "Ela é incrível. Parece muito com Harry," diz Miller. "E ela tem uma ótima voz."
Para o filme, as vozes de alguns atores foram mixadas nas versões originais das canções. Porém, a trilha sonora (que será lançada em 8 de outubro) terá 20 canções dos artistas originais, incluindo algumas faixas ao vivo gravadas nos anos 70.
Os cineastas recriaram o CBGB, com muito custo, num estúdio em Savannah, na Geórgia, usando plantas originais e pedaços do clube, incluindo a caixa registradora, cabine telefônica e privadas. O set continha ainda o bar original de 15m do CBGB, complementado com trechos recém-contruídos, que foram chutados, agredidos com correntes e banhados a cerveja para que ficassem parecendo com o original. "O que quer que pudéssemos fazer para danificá-lo e deixá-lo combinando, nós fizemos," diz Miller.
John Holmstrom, frequentados do clube na época e fundado da revista Punk, trabalhou como consultor no filme, e ficou impressionado quando visitou o set pela primeira vez. "Ele disse que era como entrar no clube naquela época. Foi um experiência emotiva," diz Savin. "Ele queria pedir uma bebida no bar."
Chrome também esteve no set para filmas uma pequena participação e para ver Grint curtindo a vida rock'n' roll em frente a uma plateia histéria, ao lado de Justin Bartha, que interpreta o igualmente audaz e adorador de carne vocalista do The Dead Boys, Stiv Bators. "Foi muito legal. Nos sentimos como se fôssemos da banda, que é algo que sempre quis ser," diz Grint. "Foi legal ter um gostinho disso."

Na foto: Stana Katic (como Genya Ravan) encara Rupert Grint (como Cheetah Chrome) no bar. O relacionamento profissional implode, devido à natureza pessoal caótica do The Dead Boys.

Atualizei os stills da galeria por imagens em tamanho maior. 😉

CBGB CBGB

cameraFilmes > CBGB > Stills
[fonte]