Quando nos sentamos para conversar com a atriz Stana Katic da aclamada série de TV "Castle", que está entrando em sua 7ª temporada, não fazíamos ideia da reação que isso causaria em redes sociais. Depois de centenas de curtidas, compartilhamentos, retuítes, comentários e mensagens de fãs (tantos os nossos quanto os dela, auto-intitulados Stanatics), nós realmente compreendemos por que essa mulher cativante conquistou os corações dos espectadores pelo mundo afora. Stana é uma mulher peculiar, pés no chão, calorosa, engraçada, extremamente analítica e..., é claro que nem precisa ser dito, MARAVILHOSA. Christina Michele Rios sentou para conversar com Stana num entrevista no Astir Palace.
O que está achando da Grécia? Qual a sua primeira impressão? A realidade da Atenas correspondeu às suas expectativas?
As pessoas aqui são muito generosas, elas ficam felizes em compartilhar seu idioma, sua cultura e seus lugares históricos. Tem sido um enorme privilégio. Essa é minha primeira vez em Atenas; no passado, já estive em Tessalônica. A arquitetura em Atenas é muito mais moderna do que eu esperava. Eu não sabia quantas ruínas eu veria, pois acabei de vir de Florença, onde você está cercada de arquitetura muito mais antiga. Aqui, a arquitetura é mais nova e, também, a cidade é muito mais espalhada. É uma surpresa que os gregos sejam tão ligados à água. Todos precisam ir à praia.
Para eles, é uma terapia!
É sim! Todos apreciam frutos do mar - à beira d'água. E as pessoas ficam chocadas que, infelizmente, não irei a nenhuma das ilhas nesta viagem. [E então, em seu melhor - e perfeito - sotaque grego carregado, ela acrescenta, "E então eles me dizem, 'Mas isso não é ir à Grécia!'"]
O que você fazia em Florença?
Estou trabalhando em um filme em Florença no momento, chamado "The Tourist", que tem foco num jogo chamado Calcio Storico (futebol histórico). Ele é jogado há centenas de anos na Itália, e ainda continua sendo. É uma combinação de futebol e luta - é muito agressivo e duro. Interpreto uma imigrante americana na Itália que é parente do protagonista e abre o caminho para ele entrar nesse esporte.
Essa é sua 7ª temporada interpretando Kate Beckett em "Castle". Ela já é uma parte integral sua. Você se identifica com ela? De que maneiras vocês são semelhantes, e de quais vocês são diferentes?
Além de sermos a mesma aparência? [Risos] Eu aprendi muito com ela. Ela é muito "preto no branco". Eu sou um pouco mais hippie, rock 'n' roll do que ela. Mas nas últimas temporadas, ela tem estado mais solta. Sou um pouco mais mulherzinha e boba do que ela. Eu a admiro porque ela é uma mulher que está no comando de uma força de detetives. Isso é muito impressionante - e ela o faz de salto alto!
Seis anos interpretando a mesma personagem na mesma série; isso deve ser muito desafiador. Como seu papel, como atriz, mudou ao longo das temporadas?
Como atriz, ao longo dos anos, você desenvolve mais estamina em termos de estilo de vida. As ferramentas que você tem à sua disposição ficam melhores - elas evoluem e você se torna mais eficiente. Mas ao mesmo tempo, sendo uma atriz num programa desses, é preciso ter cuidado para não se acomodar na performance. É interessante, pois aprendi muito de um ano paro o outro, e cresci. É empolgante tanto interpretar Beckett, quanto também me afastar dela e interpretar outros personagens durante o hiatus, e tenho a sorte de ter um ótimo balanço entre ambos. É bom ter a segurança em ter um papel que é tão bem recebido internacionalmente, mas também é maravilhoso, satisfatório e inspirador ir trabalhar com outras forças criativas.
Em relação à Beckett e seu crescimento, ela desenvolveu cores e camadas, e a abriram um pouco - mas isso foi necessário, né? Ela é uma mulher em posição de autoridade, e acredito que mulheres nessas posições precisam assumir diversos papéis na vida. Já pudemos mostrar todas as suas facetas: vulnerável, romântica, brincalhona, forte, e acho que isso é fácil das pessoas se relacionarem e acreditarem. No final das contas, ela é motivada por emoções, já que o assassinato de sua mãe é o motivo dela ter se tornado uma policial. Isso fez com que ela fosse numa grande busca por justiça, e isso faz dela uma força ainda mais letal.
Há alguma pressão em ter o papel principal em uma série de tanto sucesso - tanto pessoalmente quanto profissionalmente?
A série tem um padrão a manter. O nível está alto depois de 6 temporadas - essa temporada passada foi a de melhor audiência, o que é bem incomum. Acho que todos que estão no comando querem manter as coisas nesse nível. Pessoalmente, não me importo com a popularidade da série ou sucesso financeiro. Sucesso, para mim, é algo que inspira criatividade e pode ser qualquer coisa - trabalhar com um fotógrafo incrível, pode ser uma música, qualquer coisa mesmo. Só é preciso que seja criativamente satisfatório.
Por que você acha que "Castle" torno-se o sucesso que é?
Ela tem um pouco de tudo. É como uma sobremesa após o jantar - tem drama, romance, comédia, suspense. Cada episódios é como um pacote completo - as pessoas podem chegar depois de perder uma semana e retomar de onde elas pararam; fica fácil para entrar e sair. Os personagens são vívidos, complexos, incomuns, mas críveis.
Você pode nos contar algum spoiler ou dar dicas sobre a 7ª temporada?
[Os roteiristas] estão escrevendo a 7ª temporada nesse instante em LA, então estamos no mesmo barco. Quando eu voltar em meados de julho, terei a resposta para essa pergunta, mas no momento eu não sei de nada. O final da 6ª temporada foi chocante até para mim - então não faço ideia de que direção iremos tomar à partir dali.
Depois de "Castle", quais são seus planos e metas para o futuro? Há algum papel em específico que você gostaria de interpretar?
Estou aberta para o que vier. Espero encontrar papéis que sejam interessantes e constantemente desafiadores. Como atriz, espero ter papeis que desafiem a audiência. Gosto de histórias vívidas; quero puder mergulhar em algo que seja satisfatório nesse sentido. Mas não faço ideia de que tipo de história eu gostaria de entrar a seguir.
Filme preferido?
Tenho alguns! "Um Dia de Cão" ("Dog Day Afternoon"), "Sangue Negro" ("There Will Be Blood"), "A Princesa Prometida" ("The Princess Bride") e "Cidade de Deus".
Soube que você é uma ávida leitora. O que está lendo agora?
"A Story Lately Told", de Anjelica Huston e "Autobiografia de um Iogue" ("Autobiography of a Yogi"), de Paramahansa Yogananda.
Você poderia falar um pouco sobre seu projeto ATP para nós?
O Alternative Travel Project é uma iniciativa que fundei, que visa encorajar as pessoas a saírem das bolhas de seus carros e a ficarem sem carro por um dia inteiro. O fundei pois LA tem uma cultura muito centrada em carros, o que torna difícil para as pessoas se sentirem ligadas à comunidade - principalmente quando se é novo na cidade - e ela separa e ostraciza as pessoas, de certo modo. Então o foco do ATP é encorajar as pessoas a andarem à pé ou de bicicleta, ou a usarem o transporte público por um dia. As pessoas têm se comprometido pelo mundo todo, e isso tem efeitos positivos no meio ambiente, na sociedade e tudo o mais.