Ontem eu tive a oportunidade de conversar com a charmosa e esperta Stana Katic, uma das atrizes com expectativa de uma indicação ao Emmy deste ano, que interpreta a detetive Kate Beckett da série da ABC "Castle". Ela falou sobre o gancho da 2ª temporada da série, sua abordagem à sua carreira, dicas de atuação do Nathan Fillion, se "Castle" irá à Comic-Con este ano, e qual série ela gostaria de fazer uma ponta. Confiram a entrevista abaixo e divirtam-se!
Como você se sente agora que encerrou a 2ª temporada e tem a 3ª pela frente?
Foi muito legal poder terminar algo tão grande quanto uma temporada completa. No ano anterior, tivemos só metade da temporada, então fazer 24 episódios foi um feito e tanto. Acho que todos olhamos uns para os outros no final e nos perguntamos, "Nós realmente a terminamos?" Então foi ótimo.
E então ter uma 3ª temporada para voltar, quero dizer, isso deixa tudo ainda mais especial. É como uma família que terminou algo e sabe que sairemos para as férias de verão e depois voltaremos a nos juntar. Não tem mais pressão, então você só fica empolgada em começar novamente, e contar histórias divertidas.
A 2ª temporada acabou com um gancho, com sua personagem - Beckett - prestes a confessar seus sentimentos por Castle, mas ele indo embora antes que ela pudesse fazê-lo.
É, e com Castle reatando com a ex.
Você acha que a 3ª temporada dará a ela a chance de terminar o que ia dizer e se abrir?
Não sei. Terei uma reunião com o roteirista/criador e um dos produtores amanhã. Então descobrirei qual o arco dela. Não sei ao certo o que eles pretendem fazer.
O que você quer que aconteça?
Eu quero muito ver a vida particular de Kate fora do mundo do crime. Já vimos um pouquinho da casa dela. Já vimos um cara da delegacia com quem ela saía, mas tudo gira em torno da delegacia e de crimes. Isso é ótimo, porque é uma parte importante da vida dela. Mas acho que, para qualquer mulher profissional, há outras partes que colorem sua vida, como um grupo de amigos. Talvez ela tenha um melhor amigo gay. Isso seria ótimo, acrescentar esses personagens coloridos ao seu mundo.
Isso faz sentido para qualquer pessoa que seja uma profissional, ou uma jovem mulher em Manhattan. E também acho que seria muito legal conhecer mais sobre seu pai e sobre o relacionamento deles, e vê-la saindo e se divertindo por Manhattan de um modo que Kate Beckett deva fazer. Eu suspeito que ela seja muito mais parecida com Nikki Heat do que ela deu a entender até agora. Acho que seria muito legal para os espectadores; talvez sem que nem o Castle veja isso, mas que os espectadores pudessem ver. Seria divertido.
Qual seu episódio preferido da 2ª temporada?
São dois episódios preferidos. Eu realmente amei a segunda parte do episódio duplo (2.18 "Boom!"). Achei ele muito divertido. Foi muito legal ver como o desenvolvimento da primeira parte levou ao clímax na segunda, e toda a parte de ação foi muito divertido. As coisas ficaram um pouco sombrias, mas apesar disso ainda havia muito humor aqui e ali. Achei um episódio muito, muito bacana, e algo muito empolgante de se fazer parte. E é claro, estávamos explodindo apartamentos e coisas assim. Então foi divertido fazer parte dessas coisas, e fazer a cena de luta e tudo o mais.
Mas também amei "Sucker Punch". Adorei, como atriz, interpretar minha personagem mais à fundo. Foi interessante tocar no assassinato que é o motivo pelo qual era virou detetive. Acho que esses dois se destacam para mim, no momento.
Você acha que há uma diferença no modo como você aborda Beckett agora, comparado ao seu primeiro dia com ela?
Acho que, no primeiro dia, você está apenas molhando a pontinha do dedo, e conforme avançamos, procuro oportunidades de mostrar outros elementos dela. Acho que era muito importante para os criadores da série inicialmente estabelecerem uma personagem forte e na linha, e tiveram que manter isso na primeira temporada, basicamente porque você está estabelecendo uma audiência e mostrando para as pessoas qual é a história.
A partir daí, nós - elenco, roteiristas, e todos envolvidos no processo criativo - pudemos expandi-la. Acho que, através do roteiro, pudemos explorar lados mais vulneráveis da Beckett, assim como os lados forte e independente. E tem ainda a parte central, que acho que sempre tem espaço para crescer. Espero poder fazer mais isso na 3ª temporada.
Você pode contar como é trabalhar com Nathan Fillion?
Nathan tem sido um irmão mais velho na série. Cheguei nesse projeto muito imatura. A maioria da minha experiência a longo prazo foram em filmes, então essa foi a primeira vez que estive envolvida em algo que levava mais do que uns dois meses, onde o trabalho era diário e por longas horas, e soma-se a isso aprender a lidar com a imprensa e todas as atividades extra-curriculares envolvidas no lançamento de uma série nova. Nathan virou a pessoa que eu procurava, do tipo, "Nathan, do que isso se trata?" Ele já fez séries de TV e novelas e coisas assim.
Me lembro que havia uma cena no nosso primeiro ano, na qual o diretor virou para mim e disse, "Stana, preciso de algo de você, porque tenho um 'act-out' aqui." Eu não sabia o que "act-out" significava. Achei que fosse algo como uma competição de dança.
Pensei, "O quê? Você precisa de uma parada de 35 segundos?" Era isso que eu tava pensando, e o diretor dá as costas e eu penso, "Certo." Essa era a primeira vez que eu trabalhava com ele, e é claro que eu era novata em estar num set por tanto tempo e me sentia meio verde. Viro para o Nathan e pergunto, "Nathan, o que é um 'act-out'? Eu tenho que fazer umas 40 expressões diferentes?" Ele começou a gargalhar.
Ele disse, "Não. É como um momento suspenso ao final de uma cena, para que eles possam ir para o comercial e volta," e então ele me deu essa dica ótima, que acho que é coisa de ator de novela. Ele diz, "Há três pensamentos que atores de novela têm para fazer um 'act-out'.
"É, 'Meu Deus, acho que deixei o fogão ligado quando saí de casa hoje," e você faz essa expressão. Então você pensa, 'Será que deixei o fogão ligado quando saí de casa hoje?' E o terceiro pensamento é, 'Ah não. Eu desliguei o fogão quando saí de casa hoje.'" Esses três pensamentos funcionam para você fazer um "act-out," pelo visto.
Então ele é muito divertido e, claro, ele é uma figura de irmão mais velho para mim no sentido de aprender as manhas do mundo da televisão.
Você tem um projeto por vir com Richard Gere e Topher Grace chamado "Codinome Cassius 7 ("The Double"). Você pode falar sobre seu papel nele?
Serei uma prostituta russa briguenta. Começaremos por aí. Essa história é sobre espionagem e as consequência da Guera Fria para russos e americanos. O que posso dizer é que a leitura foi fantástica, e digo isso com toda sinceridade. O roteiro era maravilhoso. Isso faz com que participar desse projeto seja algo incrível. Mas ninguém é o que parece, apesar de que isso soa clichê para um thriller de espionagem.
Fiquei realmente impressionada com as resoluções ao final da leitura. Acho que minha personagem faz parte da tentativa de derrubar um sindicato do crime russo, e ela claramente é um dos elementos valiosos para fazer isso. Richard Gere, Topher e ela têm uns momentos tensos. Vamos deixar por aí.
Isso significa que você fará o papel com sotaque?
Sim. Adoro trabalhar em personagens que são estrangeiros, especialmente com o Michael Brandt, que escreveu "Os Indomáveis" ("3:10 To Yuma") e... é um criador fantástico. Acho que será muito bacana, porque ele está aberto a qualquer contribuição de um ator. Então será muito divertido.
Você tem algum outro projeto futuro sobre o qual você possa falar?
Acabei de filmar "For Lovers Only" com os irmãos Polish na França, e acho que é um romance. Talvez até uma tragédia romântica. Não sei como classificá-lo. Mas é uma linda história de amor que nos levou através da costa sul da França, algumas partes do norte, Paris. Foi a experiência mais maravilhosa e criativa que tive nesse verão.
Estou a caminho de fazer "Codinome Cassius 7" nesses próximos dias. Estou ansiosa por essa experiência também, mas [fazer "For Lovers Only"] foi simplesmente lindo. Trabalhar com esses caras... Eles são tão talentosos e visuais. O modo deles verem o mundo e verem a cinegrafia são tão inspiradores. Tive momentos lindos trabalhando com eles, apenas passeando pela França com essa equipe incrível de gente criativa.
Você pode confirmar o boato de que o elenco de "Castle" irá à Comic-Con este ano?
Sim. "Castle" estará na Comic-Con deste ano. Vou confirmar isso. Posso me encrencar por isso, mas fazer o quê.
Você estará lá?
Planejo estar lá, sim.
Você já foi à Comic-Con?
Não, e adoraria poder ter ido com "The Spirit". Poder ir lá com alguém como Frank Miller, com um projeto daqueles, acho que teria sido realmente especial, porque é disso que se trata a Comic-Con. É para os fãs de quadrinhos. Não sei como "Castle" se encaixa nisso, mas acho que fazer parte dessa cultura [é ótimo].
Fui recentemente à estreia da Xbox, e não que fãs de Xbox sejam necessariamente fãs de quadrinhos, mas parece haver laços próximos e são um grupo de indivíduos criativos fantásticos. Eles têm pensamentos tão progressistas e, quando você se abre para mundo assim, as possibilidades são infinitas - seja o mundo virtual de jogos, ou o mundo dos quadrinhos. É lindo. Então eu adoraria ir lá e conhecer várias dessas pessoas. Acho que é uma grande honra.
Tenho certeza de que você já teve vários encontros com fãs, mas consegue pensar em algum que tenha sido particularmente interessante?
Fiz aniversário recentemente, e tenho fãs muito queridos. Sei que algumas pessoas têm histórias loucas, mas meus fãs parecem ser maravilhosamente gentis. Então no meu aniversário ganhei presentes incríveis. Me mandaram da Itália um livro sobre Caravaggio, um pintor incrível da história da Itália. Era uma enorme reprodução de seu trabalho. Ganhei aulas de trapézio. Coisas assim, presentes realmente criativos. Fico constantemente impressionada com as pessoas que procuram assistir algumas das coisas que eu faço e expressam sua admiração por elas. Fico muito honrada por todas elas.
Se pudesse participar de qualquer outra série de TV, qual seria?
Antes de mais nada, acho "Breaking Bad" maravilhosa. Seria uma série irada de se participar. E é claro que "Glee" passou pela minha cabeça, mas não. Até mesmo "True Blood" ou algo assim, algo bem sombrio e louco e livre e um pouco perigoso. Adoraria isso. Acho que fico com "Breaking Bad" ou "True Blood" ou talvez até "Sons Of Anarchy". Isso seria incrível.
Agradecimentos: Carol Mufato