Você a conhece pelo seu papel em "Castle," mas Stana Katic está prestes a estourar estrelando sua nova série criminal. "Absentia" conta a história de uma agente do FBI que desaparece enquanto investigava um dos maiores assassinos em série de Boston. Seis anos depois, Emily Byrne é encontrada e descobre que o mundo que deixou para trás não é mais o mesmo. Seu marido seguiu em frente, seu filho - com 3 anos na época do seu desaparecimento - não a reconhece e seu irmão e seu pai têm dificuldades em lidar com seu retorno.
"Absentia" foi gravada na Bulgária, uma produção original da Sony Piustures Entertainment feita especialmente para o AXN, que estreou no país em 27 de setembro e terá novos episódios toda quarta-feira. Nascida no Canadá e criada nos EUA, a atriz tem raízes servo-croatas, o que a deixou ainda mais confortável gravando nessa parte do mundo - apesar do frio intenso do inverno. Conheça mais sobre a atriz nessa entrevista para a OK!.
Conte um pouco sobre "Absentia".
Interpreto Emily Byrne. Ela foi sequestrada 6 anos antes do começo da história da série e todos achavam que ela estava morta. Ela era uma agente do FBI, casada, mãe de um menininho. No começo da história, ela aparece ainda viva e o homem que todos acham ser seu assassino ajuda seu marido a encontrá-la.
Como você se envolveu com esse projeto?
Li o roteiro dos 4 primeiros episódios, e o que achei mais interessante foi a história de sobrevivência, pois tenho uma enorme curiosidade sobre histórias que envolvam essa temática. Li muitos livros sobre pessoas que passaram por situações inacreditáveis, como a II Guerra Mundial, o Holocausto, e outros eventos extremamente traumáticos e destrutivos, mas que eventualmente sobreviveram e seguiram em frente. Então, lendo os roteiros, me atraiu o fato de que eu teria a oportunidade de interpretar uma mulher contemporânea, que é uma incrível profissional, mãe e esposa, mas também uma heroína e lutadora. O mais importante, para mim, foi explorar e entender o que faz alguém superar o inimaginável. Como não só sobreviver em circunstâncias extremas, mas também sair delas mais forte e sábia?
Fale sobre sua personagem.
Emily Byrne sabe como sobreviver. Ela reaparece em um mundo que seguiu em frente sem ela - seu marido casou novamente, seu filho chama outra mulher de "mãe," seu pai está doente, seu irmão luta contra o alcoolismo. Mas quaisquer que sejam os problemas que eles tenham, eles contratam um lugar confortável para si mesmos, no qual Emily não se encaixa. Quando seus entes queridos aceitam sua morte e seguem em frente, ela reaparece do nada e precisa encontrar novamente seu lugar num mundo que se transformou e que funciona bem sem ela.
Quais os principais temas de "Absentia," para você?
Para mim, o principal tema da série é água. Água é um símbolo lindo, que nos ajuda a retratar coisas importantes sobre a história e minha personagem, especificamente. Água a leva ao fundo do seu subconsciente, a ajudando a recuperar sua memória e a lembrar de como ela sobreviveu. Água também é ligada a emoções e reencarnação, pois Emily Byrne é como uma fênix - até seu nome remete a isso [NT: Byrne soa como "burn," que significa "queimar"]. No meio da série, ela renasce de um jeito incrível.
Quais os temas universais com os quais você acha que a audiência internacional irá se identificar?
A série dá muito foco à dinâmica de relacionamentos familiares. Vemos relacionamentos entre irmão e irmã, pai e filha, mãe e filho, ex-esposos, atuais esposos. Todos esses relacionamentos criam conflitos em algum momento. Acho que não há ninguém no mundo que não se identifique com tópicos de família e relacionamentos. Nós levantamos questões sobre valores familiares, lealdade e sobrevivência, sobre encontrar sua força interior para ajudar quem você ama apesar das circunstâncias incomuns que, para alguns, podem ser devastadoras. Acho muito interessante o quanto as pessoas são fortes e o quanto elas podem aguentar até que encontrem a cura para suas feridas mais profundas.
O que você achou de filmar a série na Bulgária?
Era lindo no meio do inverno, apesar de que para boa parte da equipe (que vinha de climas mais amenos) isso tenha sido mais difícil. Mas o que mais me impressionou foi o trabalho da equipe búlgara. Eram profissionais incríveis com muita experiência. Na verdade, algumas dessas pessoas estão por trás de alguns dos filmes mais populares dos últimos 10-15 anos. Foi impressionante ver essa máquina bem calibrada na qual todo mundo se conhece, o que dá a sensação de que você está entrando em uma família que te recebe de braços abertos. Eu amei! Para mim, filmar na Bulgária foi uma experiência muito agradável.
E como foi trabalhar com Oded Ruskin?
Oded, Nadav [Hekselman, cinematógrafo], os atores, a equipe - todo mundo chegava ao set com uma energia incrível, com vontade de fazer o melhor nesse difícil projeto. Digo que foi difícil porque a série foi filmada como um filme, com todos os 10 episódios sendo gravados ao mesmo tempo, para aproveitar ao máximo as locações no período de 3 meses e meio que tínhamos, no meio do inverno. Mas todos fizeram o seu melhor.
É difícil filmar 10 episódios de uma só vez?
Desde o começo das gravações, tínhamos os roteiros dos 10 episódios, o que significa que tínhamos o luxo de saber desde o começo o rumo da história, o que permitiu que interpretássemos as personagens com a maior confiança o possível. Tradicionalmente, não há começo, meio e fim quando se faz televisão. Geralmente, filma-se um episódio por vez, mas dessa vez, fizemos como se fosse um filme.
Qual a sua cena favorita?
Há uma cena em que Emily foge e mergulha em um lago para se salvar. Estava muito frio e os produtores e a equipe estavam preocupados, apesar de todas as precauções tomadas - eu tinha um traje de neoprene por baixo da roupa e tudo o mais, mas eles estavam preocupados com o frio e porque ninguém sabia o que poderia acontecer. Tudo correu bem, a cena saiu perfeita, e o que eu vi nela e que me fez amá-la é que a cena é uma linda visualização da minha personagem. Na cena, ela mergulha de cabeça em algo extremamente hostil e desconhecido, e depois sai desse lugar muito fundo e perigoso. Com essa cena, você entende que ela nunca irá desistir e seguirá sempre em frente, não importa o que seja preciso para que ela volte à luz na superfície e encha seus pulmões de ar novamente. É uma linda visualização da essência de Emily Byrne.
Do que você mais gosta em "Absentia"?
No geral, da interessante dinâmica familiar. Todos os relacionamentos familiares são complexos, mas esses são um pouco mais complicados por motivos óbvios, o que é interessante do ponto de vista da atuação. Gosto da ideia de conseguir sobreviver, de passar por circunstâncias incomuns, de superar dificuldades. Outra coisa que gosto muito na história é que a protagonista é uma mulher que também é uma mãe. Acho que não há muitas histórias nas quais uma mãe também é a heroína, mas de um modo muito ousado, confiável e humano.
Agradecimentos à @BobbiGeraskov pelos scans!